quinta-feira, 10 de setembro de 2009

UMA RAINHA COM CAUSAS NUM PAÍS EM TUMULTO (3)
No ano de 1892, a 29 de Dezembro, era fundado em Lisboa o Real Instituto Bacteriológico de Lisboa sob o patrocínio da Rainha Dona Amélia. Os estudos bacteriológicos haviam-se iniciado uma década antes, na Universidade de Coimbra. Em 1886, médicos portugueses deslocavam-se a Paris, levando doentes de raiva até ao Instituto Pasteur. Em 1889, o médico Miguel Bombarda teria a iniciativa de instituir Câmara Pestana como preparador de Fisiologia e Histologia. Coincide com a Fundação do Real Instituto Bacteriológico de Lisboa a estada de Câmara Pestana em Paris para se especializar. No próprio ano da sua morte, em 1899, inaugura-se o novo edifício do Real Instituto Bacteriológico de Lisboa, que, em 1902, passaria a homenagear a sua memória, passando a designar-se Instituto Bacteriológico Câmara Pestana.
A Rainha Dona Amélia não se limitava a dar o seu apoio a esta como a outras Instituições que incentivava e protegia. É por iniciativa sua que chega a Lisboa os primeiros frascos de soro de Roux e, em 1903, visitará pessoalmente em Paris o Instituto Pasteur e o respectivo hospital, acompanhada pelo médico da Casa Real D. António de Lencastre, onde se encontra com os célebres cientistas Roux e Duclos. As informações recolhidas eram aplicadas por iniciativa da Rainha nas Instituições portuguesas que protegia.O Instituto Bacteriológico de Câmara Pestana foi incorporado na Universidade de Lisboa em 1911, anexo à Faculdade de Medicina de Lisboa, até à publicação dos Estatutos da Universidade de Lisboa, em 1989.
De longa data, o Instituto desenvolve acções no campo da saúde pública, particularmente nos domínios da difteria, estreptococias, microbiologia clínica e verificação de produtos biológicos. É o laboratório produtor nacional da vacina anti-tuberculose e responsável pela vertente humana da luta anti-rábica em Portugal.
Texto de Eduardo Nobre

1907 - A Rainha Dona Amélia preside a uma reunião da Assistência Nacional aos Tuberculosos

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